Hoje venho a vocês com boas e más notícias!
Comecemos pelas más: Estou novamente sozinho. Na manhã seguinte ao acampamento perto de Aguas Dulces o Alexandre voltou a ter os problemas de visão que o atrapalharam logo no começo da nossa viagem e por isso, abatido, decidiu voltar para casa. Já havíamos tomado cada um o seu caminho, para lados opostos da estrada, quando ele voltou atrás e decidiu seguir viagem, ao menos até o fim do mundo, também conhecido como Ushuaia, cidade mais austral do globo, na Terra do Fogo. Assim continuamos juntos e como descrevi na última postagem, fomos a La Paloma. De lá, não fomos muito longe, visto que saímos bem tarde da cidade e duas caronas nos levaram até um posto de combustível no cruzamento da Ruta 9 com a Ruta 10, na cidade de Rocha. Animador, pois podemos tomar um banho. Comemos uma gororoba qualquer (fizemos uma sopa e cozinhamos o arroz dentro dela), e acampamos novamente na beira da estrada. Ao acordarmos no dia seguinte veio a decisão: Ele realmente voltaria para casa; as manchas na visão tinham aparentemente piorado em relação ao dia anterior e ele não viu alternativa a não ser abandonar a viagem. Fiquei meio sem saber como agir, mas tentei não influenciar em sua decisão.
Como consequência do ocorrido, não poderei contar com alguns equipamentos úteis que ele providencialmente tinha, entre eles: fogareiro e gás para cozinhar, bússola para nos localizarmos nas frequentes idas a florestas e lugares ermos, cantil, do qual eu já senti na pele a falta e principalmente a máquina fotográfica; já me doeu não poder tirar fotos de Punta del Este que é a praia mais luxuosa que já estive, imagino quando não puder registrar minha presença em lugares como Península Valdez, Glaciar Perito Moreno, Deserto do Atacama, Lago Titicaca e Machu Picchu. Terei que registrar esses momentos apenas na memória. Além é claro do óbvio que é perder a companhia, que além de tornar a viagem mais segura, tornava-a muito mais agradável e suportável; é muito mais fácil passar horas na beira da estrada esperando carona conversando com alguém.
Mas sonho é sonho, e por mais que os instantes seguintes a notícia de que seguiria sozinho, já fui logo reanimado, na medida do possível. Entramos juntos ainda em Rocha, para procurar uma Lan House, por aqui chamada de Cyber (ciber), para passar as fotos que estavam na máquina para o meu pen drive e passar as fotos que estavam no pen drive para a máquina. Ele foi fazer isso e eu fiquei terminando de ler as aventuras de Robinson Crusoé. Ele terminou com as fotos, e eu não com o livro. Nos despedimos e ele partiu, e não mais o vi, e nem tive notícias suas até o momento. Cinco minutos depois terminei o livro, e por um instante não sabia que rumo tomar, afinal o sempre indeciso libriano tinha até o momento ajuda para se decidir. Resolvi então também ir ao cyber e repassar as novidades para minha família e assim o fiz. E aí é que começam as boas notícias. Recebi uma resposta a um email que muito me animou: o site Couch Surfing deu frutos e uma família de um balneário próximo de Montevidéo disse que ficaria satisfeita em me acolher.
Decidi então respirar fundo, levantar daquela cadeira e continuar viagem. Com duas caronas, a primeira com o carro mais chique que eu ousei subir durante essa viagem, um Subaru Forester 4x4 que o motorista, Mário, utilizava para visitar sua casa em Cabo Polônio, lugar apenas acessível para veículos com tração nas 4 rodas, onde pegava sua lancha e saía para pescar. Me levou até sua pequena mansão em La Barra, praia vizinha a Punta del Este, porém não cheguei a entrar e caminhei pela rua principal dessa requintada praia, que é repleta de ateliers e galerias de arte. A segunda carona do dia, em compensação, foi num passat velho e caindo aos pedaços, mas não podendo ser injusto, foi tão providencial como a primeira ao passo que foi essa que me levou até o coração do paraíso da luxúria que é Punta del Este, a praia mais cara da América do Sul. Prédios enormes, sem muros, com imensos gramados regados o tempo todo por irrigadores automáticos que disperdiçam água de forma absurdamente irresponsável. Item também utilizado nas mansões que deixam as do entorno do parque barigui no chinelo, essas, em sua maioria pois não posso provar sua totalidade, têm até nome. Visitei um loja da Ducati, o farol da cidade e também o porto, que serve mais para os pescadores e para guardar a infinidade de iates e veleiros do que para qualquer outra atividade comercial, ao menos a primeira vista.
Devido aos recentes acontecimentos não consegui dormir durante a noite, tendo gasto parte dela invadindo um restaurante a beira do mar onde tinha um local aparentemente reservado onde tirei uns cochilos, na cadeira de uma loja de conveniência de um posto Petrobrás, tentando, sem sucesso, dormir um pouco mais, e em sua maioria vagando pela noite, andando pela suas pomposas ruas escuras. Ao amanhacer já estava fora da cidade e três caronas entre elas as duas últimas com Leonardo e Nelson, muito agradáveis, me trouxeram até El Pinar, balneário próximo de Montevidéo.
Amanhã e depois vou até o centro da cidade conhecer tudo que for possível para disfrutar da capital mais segura da América Latina. Outra coisa bacana, no mesmo período em que estarei aqui, a Rossana e o Nacho, meus anfitriões junto com seus dois filhos Santiago, 5, e Lara, 3, receberão outros viajantes, entre eles 4 argentinos (1 casal e mais duas meninas) e 1 casal de brasileiros, e assim a casa ficará cheia!
Tento postar de novo na sexta-feira de manhã, antes de deixar a casa e seguir viagem. Daqui irei a Colonia del Sacramento e depois subirei até Paysandú para cruzar a fronteira pelo simples motivo de que não tenho grana suficiente para pagar uma passagem de barco entre Colônia e Buenos Aires!
Vou colocar no ar as últimas fotos que tiramos, e assim que eu arranjar mais da câmera de outros eu as colocarei também.
Em breve mais notícias, do agora vadio solitário,
Andejo
Comecemos pelas más: Estou novamente sozinho. Na manhã seguinte ao acampamento perto de Aguas Dulces o Alexandre voltou a ter os problemas de visão que o atrapalharam logo no começo da nossa viagem e por isso, abatido, decidiu voltar para casa. Já havíamos tomado cada um o seu caminho, para lados opostos da estrada, quando ele voltou atrás e decidiu seguir viagem, ao menos até o fim do mundo, também conhecido como Ushuaia, cidade mais austral do globo, na Terra do Fogo. Assim continuamos juntos e como descrevi na última postagem, fomos a La Paloma. De lá, não fomos muito longe, visto que saímos bem tarde da cidade e duas caronas nos levaram até um posto de combustível no cruzamento da Ruta 9 com a Ruta 10, na cidade de Rocha. Animador, pois podemos tomar um banho. Comemos uma gororoba qualquer (fizemos uma sopa e cozinhamos o arroz dentro dela), e acampamos novamente na beira da estrada. Ao acordarmos no dia seguinte veio a decisão: Ele realmente voltaria para casa; as manchas na visão tinham aparentemente piorado em relação ao dia anterior e ele não viu alternativa a não ser abandonar a viagem. Fiquei meio sem saber como agir, mas tentei não influenciar em sua decisão.
Como consequência do ocorrido, não poderei contar com alguns equipamentos úteis que ele providencialmente tinha, entre eles: fogareiro e gás para cozinhar, bússola para nos localizarmos nas frequentes idas a florestas e lugares ermos, cantil, do qual eu já senti na pele a falta e principalmente a máquina fotográfica; já me doeu não poder tirar fotos de Punta del Este que é a praia mais luxuosa que já estive, imagino quando não puder registrar minha presença em lugares como Península Valdez, Glaciar Perito Moreno, Deserto do Atacama, Lago Titicaca e Machu Picchu. Terei que registrar esses momentos apenas na memória. Além é claro do óbvio que é perder a companhia, que além de tornar a viagem mais segura, tornava-a muito mais agradável e suportável; é muito mais fácil passar horas na beira da estrada esperando carona conversando com alguém.
Mas sonho é sonho, e por mais que os instantes seguintes a notícia de que seguiria sozinho, já fui logo reanimado, na medida do possível. Entramos juntos ainda em Rocha, para procurar uma Lan House, por aqui chamada de Cyber (ciber), para passar as fotos que estavam na máquina para o meu pen drive e passar as fotos que estavam no pen drive para a máquina. Ele foi fazer isso e eu fiquei terminando de ler as aventuras de Robinson Crusoé. Ele terminou com as fotos, e eu não com o livro. Nos despedimos e ele partiu, e não mais o vi, e nem tive notícias suas até o momento. Cinco minutos depois terminei o livro, e por um instante não sabia que rumo tomar, afinal o sempre indeciso libriano tinha até o momento ajuda para se decidir. Resolvi então também ir ao cyber e repassar as novidades para minha família e assim o fiz. E aí é que começam as boas notícias. Recebi uma resposta a um email que muito me animou: o site Couch Surfing deu frutos e uma família de um balneário próximo de Montevidéo disse que ficaria satisfeita em me acolher.
Decidi então respirar fundo, levantar daquela cadeira e continuar viagem. Com duas caronas, a primeira com o carro mais chique que eu ousei subir durante essa viagem, um Subaru Forester 4x4 que o motorista, Mário, utilizava para visitar sua casa em Cabo Polônio, lugar apenas acessível para veículos com tração nas 4 rodas, onde pegava sua lancha e saía para pescar. Me levou até sua pequena mansão em La Barra, praia vizinha a Punta del Este, porém não cheguei a entrar e caminhei pela rua principal dessa requintada praia, que é repleta de ateliers e galerias de arte. A segunda carona do dia, em compensação, foi num passat velho e caindo aos pedaços, mas não podendo ser injusto, foi tão providencial como a primeira ao passo que foi essa que me levou até o coração do paraíso da luxúria que é Punta del Este, a praia mais cara da América do Sul. Prédios enormes, sem muros, com imensos gramados regados o tempo todo por irrigadores automáticos que disperdiçam água de forma absurdamente irresponsável. Item também utilizado nas mansões que deixam as do entorno do parque barigui no chinelo, essas, em sua maioria pois não posso provar sua totalidade, têm até nome. Visitei um loja da Ducati, o farol da cidade e também o porto, que serve mais para os pescadores e para guardar a infinidade de iates e veleiros do que para qualquer outra atividade comercial, ao menos a primeira vista.
Devido aos recentes acontecimentos não consegui dormir durante a noite, tendo gasto parte dela invadindo um restaurante a beira do mar onde tinha um local aparentemente reservado onde tirei uns cochilos, na cadeira de uma loja de conveniência de um posto Petrobrás, tentando, sem sucesso, dormir um pouco mais, e em sua maioria vagando pela noite, andando pela suas pomposas ruas escuras. Ao amanhacer já estava fora da cidade e três caronas entre elas as duas últimas com Leonardo e Nelson, muito agradáveis, me trouxeram até El Pinar, balneário próximo de Montevidéo.
Amanhã e depois vou até o centro da cidade conhecer tudo que for possível para disfrutar da capital mais segura da América Latina. Outra coisa bacana, no mesmo período em que estarei aqui, a Rossana e o Nacho, meus anfitriões junto com seus dois filhos Santiago, 5, e Lara, 3, receberão outros viajantes, entre eles 4 argentinos (1 casal e mais duas meninas) e 1 casal de brasileiros, e assim a casa ficará cheia!
Tento postar de novo na sexta-feira de manhã, antes de deixar a casa e seguir viagem. Daqui irei a Colonia del Sacramento e depois subirei até Paysandú para cruzar a fronteira pelo simples motivo de que não tenho grana suficiente para pagar uma passagem de barco entre Colônia e Buenos Aires!
Vou colocar no ar as últimas fotos que tiramos, e assim que eu arranjar mais da câmera de outros eu as colocarei também.
Em breve mais notícias, do agora vadio solitário,
Andejo
Puxa.... vamos ter que descolar uma maquina fotografica pra você... Será que alguem se habilita a tentar um patrocínio??? Passe em alguma loja por aí e veja o valor de uma maquina simples porem boa, pois não adianta a foto não ter qualidade, já que os lugares são tão lindos.
ResponderExcluirSe o cambio ajudar, podemos fazer um pedido encarecido aos seguidores do site, o que vc acha?
EU TOPO!!!
bjo grande
Baaahhh!!! hauahahuah, seria uma boa! Mas preciso dar um jeito de comprar uma camera usada, creio que nova saia muito caro! mas valeu pelo apoio!!
ResponderExcluirTe amo vane!!!
beijao