O Andejo Vadio: setembro 2010
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"I always wonder why birds choose to stay in the same place when they can fly anywhere on the Earth. Then I ask myself the same question."
(Harun Yahya)

sábado, 18 de setembro de 2010

Capítulo triste de uma história feliz...

Era segunda, mas não aquelas típicas segundas, chatas e entediantes. Era uma segunda-feira diferente, esperada por um longo tempo por um andejo que esperava há muito a hora de voltar a vadiar. Depois de muito trabalho e uma grande festa, com muitos novos antigos amigos, como para coroar o esforço que foi feito, só faltava decidir qual caminho a seguir.

Cabeça no travesseiro mas imaginação distante. Qual caminho seguir? Passaria a oeste de Buenos Aires, ou voltaria a entrar na grande metrópole? Ficaria mais alguns dias, anônimo, na capital portenha ou seguiria enfim a La Plata?

Mal sabia o despreocupado Andejo que seu próximo destino era ao norte, a milhares de quilômetros dali. Mas uma ligação, que deveria ter caráter meramente informativo, foi crucial e definitivo e definiu a direção dos próximos passos que ele mesmo daria.

Andejo é um cara simples, e por mais que seja bastante desapegado, tem amor a sua família, e nessa segunda-feira, recebeu uma difícil notícia: Sua avó havia sido desenganada pelos médicos, e de acordo com eles teria poucos dias de vida. Sua cabeça esvaziou e seu corpo pesou, e a simples decisão entre passar ou não por Buenos Aires tornou-se díficil e pesarosa.

Tanto que foi deixada de lado, e por um último adeus, Andejo decidiu caminhar novamente à sua origem, sua terra natal, São Paulo, e partiu naquele mesmo instante. Com uma carona de seus recém casados amigos foi até Zarate, onde, mesmo que mais distante, seria em teoria mais fácil conseguir uma carona direta ao Brasil. Chegou ao posto após a meia noite e até as quatro da madrugada esteve pensando na fragilidade da vida. Mas a partir do momento em que o primeiro caminhão ligou seus motores, terminando com o silêncio que reinava na fria e chuvosa madrugada, começou a buscar quem o levasse em direção a avó que esperava seu abraço.

Foi bastante difícil. Conversando com todos os motoristas que ligavam os potentes motores um a um, descobriu que em sua maioria iam para Buenos Aires e informavam que para conseguir carona para o Brasil teria que esperar até quarta ou quinta-feira. Porém não haviam muitas desistências no histórico deste persistênte Andejo, e após o pátio de caminhões estar quase vazio, encontrou uma boa alma que, quase caridosamente, o levou à fronteira. Este caminhoneiro, da pequena cidade de Londrina, alterou seu planos e partiu logo cedo para a cidade de Uruguaiana entendendo a pressa que sentia o quase sempre despreocupado viajante.

Horas interminéveis conduziram pela vigiada estrada, e somente ao pôr-do-sol chegaram à fronteira. Despediu-se do bondoso trabalhador do lugar que considera sua casa e carimbou seu passaporte de saída do país em que tanto tempo ficou, e o qual planejava terminar de conhecer. Uma estranha sensação o invadiu, estava voltando ao seu país, muito antes do planejado.

Até as 11 da noite, tentou sem sucesso uma carona mais longa do que cruzar a ponte ao Brasil. E como que por uma estranha coincidência, parou na aduana um ônibus que iria a Curitiba. Levaria-o a não mais de duas quadras da casa de seu pai, onde poderia passar uma noite, rever a família e no outro dia, descansado completar o trecho que faltava até o colo de sua avó.

***

Fazia muito tempo que este Andejo não a via. A vida os separou, e por displicência, ele não buscou estreitar novamente os laços. Mas ela estava fundo ainda em seus pensamentos, em suas lembranças. Podia lembrar da velha casa com tapete verde, e sacada, na pacata rua paulistana. As festas de Natal eram sempre animadas, com toda a família, afinal essa avó havia nascido no dia 25 de dezembro. Era bastante solidária e acolhedora, trabalhava em excesso para fazer com que todos se sentissem bem em sua casa. Estava um pouco acima do peso, e isso tornava seu colo e seu abraço ainda mais confortáveis. Estava com seus longos cabelos de índia já perdendo a cor, mas sua memória infalível lembrava os aniversários de seus 10 filhos, incontáveis netos, bisnetos e até tataranetos. Oitenta e nove anos de admirável vida.

***

Tomou o ônibus e por 24 horas esteve viajando rumo a casa de seus pais. Que louca sensação. Sua casa havia sido reformada e após alguns momentos relembrando os momentos em seu quarto, lembrou que não tinha mais quarto. Não só isso, mas muita coisa mudou, as coisas não param no tempo quando alguém não está presente, e as histórias continuam não importando sua presença nela.

Ao chegar em frente a porta de vidro que não existia quando partiu, avistou sua mãe limpando uma mesa distraidamente, e não foi reconhecido pela desavisada mãe. Porém um aceno e um sorriso foram suficientes para tal tarefa e ela sem acreditar desceu as escadas para abrir as portas ao filho que havia voltado ao lar sem avisar. Um abraço sincero bem apertado o recebeu, seguido de outro da irmã e do pai. Comida e cama, daquelas que mesmo não sendo do bom e do melhor, diferenciam-se por serem as da sua casa.

Após uma noite muito bem dormida, e de estar preparado para seguir viagem, foi recebido com uma dolorida notícia, sua avó havia acabado de falecer. Sempre amigo do tempo, dessa vez o Vadio recebeu uma dura lição. Mesmo ao mais ocioso pode faltar tempo para alcançar um objetivo. E assim sua viagem para um último abraço, tornou-se uma viagem para uma última despedida.

Foram todos a uma pequena cidade no interior paranaense chamada Itambaracá e lá encontrou parentes que não via desde os natais na casa de sua vó, e juntos velaram pela brava senhora chamada Maria José Vieira Grispan, que teve uma história de luta e de sucessos, que teve, sem dúvidas, uma história feliz. Ela já não está por aqui, não em carne, não em osso, não em sangue, porém, com certeza está junto dos os outros três avós desse Andejo, velando cada passo de seu longo caminho.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pouca inspiração, muito trabalho e um casamento!

Estou espantado com o que acabo de notar: minha última postagem de verdade foi dia 4 de Julho, e por mais que eu tenha escrito muitas linhas nas duas postagens anteriores, devo a vocês dois meses de vida, meses esses que foram, entediantes, surpreendentes, rotineiros, inesquecíveis, e muitas outras qualidades paradoxas. Peço desculpa por omitir uma série de detalhes que são possíveis de serem descritos quando se conta sobre alguns poucos dias, mas seria inviável descrever dois meses, ainda mais se tenho o objetivo de que alguém leia. Vou tentar contar os fatos em ordem cronológica, mas não esperem datas, sou péssimo com datas. Com esta introdução, creio que esclareci o suficiente para começar a narrativa.

No final das contas não tirei a residência argentina, apenas renovei meu visto de turista e posso ficar, legalmente, até o dia 4 de Outubro na Argentina. Ainda hoje não sei como vou resolver esse problema, mas não estou preocupado, provavelmente vou cruzar um dia qualquer a fronteira com o Chile somente pra poder ganhar alguns dias mais nesse país que estou. Trato disso mais tarde.

Depois que resolvi esse problema de documentação, voltei a procurar um lugar melhor pra ficar durante o resto de estadia que tive na capital argentina, e por sorte, encontrei. Assim que venceram os quinze dias que paguei no pequeno quartinho de hotel na Avenida Belgrano, aluguei uma cama num apartamento compartilhado na Tucumán quase esquina com a Esmeralda, há umas 4 quadras de distância do Obelisco, mais importante cartão postal da cidade, e a uma quadra e meia do meu trabalho. Localizado no microcentro de Buenos Aires, esse apartamento se assemelha muito com as repúblicas estudantis aí do Brasil. Vivíamos em oito numa pequena cobertura duplex com 3 quartos, sala, cozinha e lavanderia. Dividi o quarto com um professor argentino de dança árabe que havia acabado de voltar do Egito, e os outros moradores eram em geral estudantes, ou argentinos ou colombianos. Não tive nenhum problema de convivência com meu companheiro de quarto, de fato ficamos amigos e isso facilitou para que eu ficasse confortável no apartamento que contava com internet, tv a cabo, calefação, geladeira e outras coisas que por mais que não sejam efetivamente necessárias, ajudam e muito no dia a dia. Não tive incovenientes durante minha estadia, e o único fato digno de atenção foi um cara que foi escoltado pela polícia em sua saída forçada do apartamento. Os motivos que levaram a isso foram intrigas e pecuínhas, e essas, ao contrário, não são dignas de linhas nesse blog.

Fato concreto é que a mudança para esse novo lugar gerou uma série de benefícios, entre eles economia financeira e de tempo, que me permitiram certa diversão além do trabalho, que diferente do que eu pensava na postagem de 4 de julho, continuou sendo de 11 horas, não sendo reduzido para seis, entretanto, dessa vez, me valia a pena já que com a grana que me pagavam eu não precisaria de um segundo trabalho. Agora falarei um pouco de trabalho e de diversão, primeiro sobre o dever e depois sobre o prazer.

Outra condição que negociei quando me fizeram a proposta de subgerência é que me dessem as folgas aos domingos e ao aceitarem minha contra oferta meus horários ficaram de segunda a sábado, das 10h as 21h, com uma hora de almoço. Mesmo sendo uma longa jornada, não tenho do que reclamar. O trabalho era leve, e na maior parte do tempo, os companheiros laborais foram bastante agradáveis - vários funcionários distintos passaram pela loja nesses 3 meses. Fora meus chefes que eram bastante acessíveis e agradáveis, o único funcionário que dividiu a loja comigo nesse período que estive durante todo o tempo foi meu gerente, Maku. A longa convivência traz problemas e por algumas vezes trocamos farpas, mas com mútuo respeito e bom senso, creio que além da relação de trabalho, cultivamos uma grande amizade que com certeza vai durar muito tempo.

Outra vantagem que me trouxe esse trabalho foi a prática constante de idiomas. Era constante falar 2 idiomas ao mesmo tempo e não era raro falar 3, exigindo muita atenção para não falar inglês com o brasileiro, português com o equatoriano e espanhol com o inglês. Não foram poucas vezes que, apurado por atender muitos ao mesmo tempo, dizia frases inteiras e ao final ouvia "English, please?" ou "Cara, eu sou brasileiro, esqueceu?"Menos mal que todos compreendiam rapidamente o que estava acontecendo e tudo terminava em gargalhada. Entretanto o momento mais engraçado foi quando, ao mesmo tempo, atendi, nos três idiomas que falo, a pessoas de diferentes lugares do mundo, ao mesmo tempo em que atendia um casal gay de surdomudos através de gestos. O fato de serem homossexuais seria irrevelante se não fossem bastante afeminados, o que tornava a situação ainda mais cômica, visto que nos comunicávamos apenas com sinais. Por outro lado, assim como haviam momentos de correria e apuro, haviam momentos de completo ócio, sendo esses preenchidos com alfajores diversos e jogos na internet, rs!

Usando os alfajores e a internet como transição, passo a falar de prazeres, que foram basicamente comida, dança e... Bom, falemos somente desses dois, rs. A típica alimentação portenha não é a melhor do mundo. Comi milanesas de carne e de frango por toda uma vida e eram sempre acompanhadas ou por puré de batatas ou por batatas fritas. Não preciso mensurar minha felicidade ao me mudar para perto do trabalho, tendo assim tempo de fazer minha própria comida, correto? Strogonoff, massas, risotos e saladas substituíram as já insossas milanesas.

Como não acordava cedo, e agora morava perto de tudo, comecei a ter tempo pra sair, e tirei o atraso saindo de quarta a domingo nos últimos 2 meses. Saindo sempre para dançar, seja salsa, samba ou zouk (este o mais apreciado pelo meu grupo de conhecidos), pude ter uma visão diferente, e mais prazeirosa da dança. Pela primeira vez dançava sem obrigação, exclusivamente por prazer. Em Buenos Aires não exercia profissão relacionada a isso, não tinha compromissos, regras ou deveres. Não tinha que agradar a ninguém, não tinha obrigação de ter sempre um sorriso, e não me pesava na consciência não tirar todas as mulheres pra dançar, escolhendo somente aquelas que tinha vontade. Mulheres, um caso a parte nesse lugar, voltaremos a esse assunto. Esse alto índice de frequência nas noitadas portenhas se devem a pessoas a quem devo sinceros agradecimentos: a Marcelinho, que além de me convidar a suas festas me ajudou muito quando cheguei na cidade, a Cláudio Oliveira, dono da Escola Balaio de danças brasileiras, e a Lety, sua parceira, que me abriram sempre as portas da Lambateria Zouk, incrível festa semanal de zouk, e a Laura e Ruma, que me fizeram sentir como em casa em sua escola e também na aconchegante domingueira de forró realizada no charmoso bairro de palermo, a eles fiquei devendo um almoço.

Histericas. Assim os homens argentinos definem a mulher portenha e para uma minoria todas as argentinas. Para eles, entretanto, essa palavra não carrega o mesmo significado que para nós. Histéricas são as mulheres que se fazem de difícil, ao extremo, iniciando algo como um jogo, em que o homem tem que insistir e insistir, até que elas achem que é o momento de dizer sim. E assumo que conheci mulheres assim. Divertidíssimo se não se cria expectativas. Não é difícil perceber que ao recusar um convite seu, ela espera, obviamente, que a convide novamente em um outro momento. Ao perceber isso entrei em alguns jogos e me diverti um bocado tratando de jogar também, mas foi só isso, afinal prefiro e creio que sempre preferi, mulheres simples e decididas. Mas se você vier para a Argentina deixo o conselho, cuidado, apaixonar-se de uma mulher histérica é roubada na certa, rs. Deixo claro também que há muitas exceções a essa regra, e nem todas as mulheres deste país sofrem deste mal, então este não é um tema para se preocupar. Ah, tem muita, muita, mulher bonita aqui, rs!!

Continuando a explanar sobre a personalidade dos argentinos, afirmo que são bastante diretos e frios, parecendo aos olhos dos brasileiros demasiadamente rudes. Tem círculos fechados que são difíceis de entrar, mas, uma vez dentro te tratam muito bem, e perdem grande parte da frieza inicial. Algo que para mim é importante dizer é que, se você gosta do jeito do brasileiro, da comida brasileira e do clima brasileiro, não saia do Brasil só para mostrar um par de fotos do exterior e falar mal do país que esteve visitando. Em minha opinião, alguém que viaja tem que ter a mente aberta a novos costumes e hábitos e não pode esperar encontrar a mesma coisa que em seu lugar de origem. Turistas em geral são incômodos hóspedes que chegam em sua casa para passar dois dias, reviram toda sua geladeira, ficam de cueca em seu sofá, e ainda criticam que você não é tão relaxado e despojado como ele. Se uma pessoa te trata mal, pode ser falta de educação, se todos te tratam assim, pode ser que simplesmente tenham uma educação diferente da sua, e sua alegria e extravagância pode ser igualmente irritante para eles.

Bom, entre muito trabalho, alfajores, jogos histéricos e muita dança, estive até dia 30 de agosto. Alguns fatos isolados também ocorreram nesse período. Dei algumas poucas aulas particulares de dança, encontrei Alexandr, um grande amigo do ensino médio que esteve em Buenos Aires para um torneio de xadrez e o qual esteve parcialmente presente em meu único porre da viagem, ainda tem coisas que não lembro bem como aconteceram - outras não tenho ideia, rs - fiz amizade com um moleque do Rio e outro de Sampa que estiveram a passeio pela cidade. Encontrei com uma amiga portenha que conheci no verão passado em Floripa. Esqueci minha mochila dentro de um táxi e junto com ela perdi um tênis, óculos de sol, perfume e a câmera digital que me presenteou minha irmã e que eu mal havia usado. Sim, sou um otário. Também encontrei casualmente com uma amiga de Curitiba que estava passeando na cidade e coincidentemente entrou na loja e outras coisas dessas que acontecem no cotidiano de todos nós.

No dia 30, pedi demissão para aproveitar uma semana inteira com parte da minha família que veio para me visitar. Minha mãe veio junto com minha irmã Liege e meu cunhado Fábio, que por sua vez trouxeram meu sobrinho Giovanni para que eu conheça. Para quem não sabe, meu sobrinho nasceu no dia 8 de março, exatamente um mês depois do começo de minha viagem, e por isso eu não o conhecia até o momento. E é lindo, loirinho de olhos azuis, sorridente e brincalhão, adora ver o titio tocando violão. Saí do apartamento que estava e fui passar a semana no apartamento que alugaram. Essa foi também minha semana de despedidas, ou seja, as noites foram especialmente boas, daquelas que aproveitamos até o último porque não sabemos se um dia vamos voltar a viver as mesmas. Rodamos por Buenos Aires em uma semana atípicamente fria, e creio que aproveitamos bastante, sobretudo eu, que aproveitei cada segundo pra matar a saudade, mas o que no final das contas me matou foi a nova despedida. Depois que estamos longe algum tempo, acabamos nos acostumando com aquele incômodo sentimento. Mas depois que o afastamos por completo por um período, é bastante difícil saber que voltaremos a sentí-lo.

Eles voltaram pro Brasil no domingo e eu deixei Buenos Aires na segunda. Últimos preparativos, com a ajuda de um amigo, Hernan, comprei uma câmera digital por um bom preço e tomei o trem a Zarate, indo novamente ao norte, oposto de meu atual objetivo, para um casamento: José e Mariela, casal que conheci em Montevideo e que visitei em meus primeiros dias de Argentina. Já em Zarate conversei com minha mãe e ela me passou o telefone de conecidos que tenho na cidade. Fiquei dois dias na casa de Sílvia, amiga de meus pais, nesta pequena cidade e de lá, com duas caronas, cheguei novamente a casa de Mariela na pequena cidade de Concepción del Uruguay. Foram dias incríveis. Desde que saí de Buenos Aires dediquei meu tempo livre a leitura e em 3 dias li dois livros de Tolstoi. Coisa que não fiz em todo o tempo na grande cidade.

Que sensação incrível voltar a ver Mariela e José novamente. Como se fosse uma confirmação da amizade recém construída. Sexta o casamento no civíl e hoje foi a festa. Porém, desde quarta, quando cheguei aqui, não ficamos sem fazer nada em nenhum momento. Encontro com amigos, citando em especial, Mário, Chuli, Adrian (este um viajante caroneiro como eu, com histórias incríveis sobre o sul argentino) e Juan Claus, cervejas em bares e um show espetacular. Murga. Assim como temos as escolas de samba no carnaval, os Uruguaios tem a Murga. São como musicais, altamente teatralizados, em que os temas são históricos, políticos e culturais e sempre tratados com humor. Realmente fantástico. A festa de hoje fechou com chave de ouro, perfeita, comemoramos o casamento das 11 da manhã as 11 da noite. Creio que foi o encerramento perfeito para que eu tenha todo o gás necessário para a próxima etapa da viagem. Na realidade, assim que eu deite a cabeça no travesseiro, vou decidir pra onde eu vou amanhã.

Pra finalizar quero colocar aqui nomes de pessoas que não coloquei acima para não estender em demasia o texto, mas que foram importantíssimas em minha estadia em Buenos Aires e que espero cultivar uma amizade, são elas: Maxi e Paola, do trabalho; Facundo e Ale; Hernan, Iliana, Paola, Lorena, Matias, Pato, Marlene, Javier, Pecas, Catu, Roberta e tantos outros que seguramente não consigo me lembrar as 3 e meia da manhã, mas que quando me lembrar vou me achar um estúpido por haver esquecido. Muito obrigado a todos. É bom saber que mesmo nos momentos que tenho que abandonar a viagem, vou aproveitar a vida de uma maneira diferente e vou ter experiências inesquecíveis como a que tive em Buenos Aires.

Obrigado também ao leitor anônimo que me deu bronca por ficar tanto tempo sem postar, graças a isso que tive a força de vontade necessária para voltar a escrever.

Voltando ao ar,

Andejo.