Reparando nos meus próprios momentos inesperados de euforia e reparando em sinais do Alex, que às vezes ri sem propósito, canta achando que não podemos o ouvir e fica inúmeras vezes olhando fixo pela janela sem nada falar, acredito que nossa viagem enfim está começando.
Esses meus primeiros 35 dias na estrada foram um bom começo; abracei pessoas que amo, revi antigos amigos, visitei lugares que me fizeram perceber quanta saudade sinto de lugares que nem lembrava, senti sensações a muito tempo guardadas, que esperavam ansiosamente pelo momento de reconquistar seus espaços. Escalei montanhas, caminhei por estradas desertas que tocavam o horizonte, tomei chuva até não ter um mínimo pedaço seco em mim, congelei com o vento nas caçambas de caminhões e cominhonetes, apreciando em silêncio paisagens que não parecem pertencer a nossa realidade. Conheci pessoas que me ajudaram sem motivo, que se encantaram com minha coragem, que se espantaram com minha loucura, que tiveram pena ou quem sabe orgulho de mim. Outras, através de mim sentiam-se aventureiras, enquanto outras se colocavam no lugar de meus pais e me davam bronca, mas ainda como meus pais, me acolhiam. Hippies, beatniks, drogados, religosos, voluntários e muitas, muitas pessoas comuns, com suas peculiaridades, passaram por meus olhos nesse efêmero, porém eterno, curto período de tempo.
A partir de agora, porém, muita coisa será diferente. As acolhedoras casas de amigos não serão mais certas, não poderemos mais imaginar nos momentos de fome o momento em que pisaremos em solo conhecido, com praticamente um banquete a nossa espera, como o sempre agradável arrozfeijãobifeebatatafrita; em breve as caronas não mais perguntarão "Ooo guri, para onde vai?", ao menos não no idioma que estou acostumado a ouvir.
Entretanto, ao mesmo tempo que isso me causa um certo receio, me causa um enorme prazer, comparável a momentos incomparáveis, com toda sua incoerência. Volto a sentir aquela adrenalina de menino que quer virar homem, que explodiu no meu sangue quando deixei minha segurança na primeira viagem que fiz, no exato momento em que vi meus pais ficando ao longe com o afastar do barco que me levava para lugares desconhecidos. Sinto que enfim vou viajar por mares nunca dantes navegados, ao menos por mim, e que agora tenho a oportunidade de completar aquele sonho, o qual fui acordado a anos atrás e desejei arduamente que continuasse todas as noites ao deitar a cabeça no travesseiro.
Aquele louco desejo será saciado, enfim, e chegou o momento em que todas contra-recomendações serão esquecidas por completo. Chegou o momento em que todas a línguas faladas nesse mundo serão a minha língua materna, em que todos os bancos de praças, campos verdejantes e planícies brancas de neve serão a minha casa. Em que todo singelo cidadão do mundo me alimente será meu pai, e que todo agasalho que me aqueça será minha mãe. Cada criança que eu veja correndo atrás de uma bola na rua será o sobrinho que eu não conheço e toda vez que aquela criança cair no chão e for ajudada por outra, vou imaginar que essa segunda é minha sobrinha que não poderei ver dar os primeiros passos, e nesse instante, vou as amar de forma incondicional. Vou temer a cada instante perder pessoas as quais não poderei me despedir. Não só as pessoas, como também meu cachorro, por exemplo, coitado, velho, sempre alegre, que me acompanhou por grande parte da vida, e que ao final de anos correndo o mundo, pode ser que a única coisa que encontre dele quando voltar seja a lembrança ao olhar para o sofá que ele teimosamente insistia em se deitar.
Enfim, chegou a hora do andejo andar, vadiando em busca de sabedoria, aproveitando cada instante de liberdade. E repito:
Sou o Andejo Vadio, alguém com uma incontrolável vontade de viver, sentir, explorar cada canto deste planeta, e por acaso farei tudo isso, acreditem ou não. Liberdade, coragem e um pouco de loucura, paixão pelo desconhecido, adrenalina e consciência, busca pela sabedoria.
Estejam a vontade para viver tudo isso comigo...
...sejam bem vindos ao conto de fadas do Andejo Vadio.
Esses meus primeiros 35 dias na estrada foram um bom começo; abracei pessoas que amo, revi antigos amigos, visitei lugares que me fizeram perceber quanta saudade sinto de lugares que nem lembrava, senti sensações a muito tempo guardadas, que esperavam ansiosamente pelo momento de reconquistar seus espaços. Escalei montanhas, caminhei por estradas desertas que tocavam o horizonte, tomei chuva até não ter um mínimo pedaço seco em mim, congelei com o vento nas caçambas de caminhões e cominhonetes, apreciando em silêncio paisagens que não parecem pertencer a nossa realidade. Conheci pessoas que me ajudaram sem motivo, que se encantaram com minha coragem, que se espantaram com minha loucura, que tiveram pena ou quem sabe orgulho de mim. Outras, através de mim sentiam-se aventureiras, enquanto outras se colocavam no lugar de meus pais e me davam bronca, mas ainda como meus pais, me acolhiam. Hippies, beatniks, drogados, religosos, voluntários e muitas, muitas pessoas comuns, com suas peculiaridades, passaram por meus olhos nesse efêmero, porém eterno, curto período de tempo.
A partir de agora, porém, muita coisa será diferente. As acolhedoras casas de amigos não serão mais certas, não poderemos mais imaginar nos momentos de fome o momento em que pisaremos em solo conhecido, com praticamente um banquete a nossa espera, como o sempre agradável arrozfeijãobifeebatatafrita; em breve as caronas não mais perguntarão "Ooo guri, para onde vai?", ao menos não no idioma que estou acostumado a ouvir.
Entretanto, ao mesmo tempo que isso me causa um certo receio, me causa um enorme prazer, comparável a momentos incomparáveis, com toda sua incoerência. Volto a sentir aquela adrenalina de menino que quer virar homem, que explodiu no meu sangue quando deixei minha segurança na primeira viagem que fiz, no exato momento em que vi meus pais ficando ao longe com o afastar do barco que me levava para lugares desconhecidos. Sinto que enfim vou viajar por mares nunca dantes navegados, ao menos por mim, e que agora tenho a oportunidade de completar aquele sonho, o qual fui acordado a anos atrás e desejei arduamente que continuasse todas as noites ao deitar a cabeça no travesseiro.
Aquele louco desejo será saciado, enfim, e chegou o momento em que todas contra-recomendações serão esquecidas por completo. Chegou o momento em que todas a línguas faladas nesse mundo serão a minha língua materna, em que todos os bancos de praças, campos verdejantes e planícies brancas de neve serão a minha casa. Em que todo singelo cidadão do mundo me alimente será meu pai, e que todo agasalho que me aqueça será minha mãe. Cada criança que eu veja correndo atrás de uma bola na rua será o sobrinho que eu não conheço e toda vez que aquela criança cair no chão e for ajudada por outra, vou imaginar que essa segunda é minha sobrinha que não poderei ver dar os primeiros passos, e nesse instante, vou as amar de forma incondicional. Vou temer a cada instante perder pessoas as quais não poderei me despedir. Não só as pessoas, como também meu cachorro, por exemplo, coitado, velho, sempre alegre, que me acompanhou por grande parte da vida, e que ao final de anos correndo o mundo, pode ser que a única coisa que encontre dele quando voltar seja a lembrança ao olhar para o sofá que ele teimosamente insistia em se deitar.
Enfim, chegou a hora do andejo andar, vadiando em busca de sabedoria, aproveitando cada instante de liberdade. E repito:
Sou o Andejo Vadio, alguém com uma incontrolável vontade de viver, sentir, explorar cada canto deste planeta, e por acaso farei tudo isso, acreditem ou não. Liberdade, coragem e um pouco de loucura, paixão pelo desconhecido, adrenalina e consciência, busca pela sabedoria.
Estejam a vontade para viver tudo isso comigo...
...sejam bem vindos ao conto de fadas do Andejo Vadio.
Cara!! Tá escrevendo legal ein??
ResponderExcluirPô!! Muito legal!!
Manda ver aí!! Vou estar mandando uma energia todo dia daqui e acompanhando o resultado da sua ousadia!! um abraço!! força!!
Olha meus irmãozinhos, tão fazendo aventura igual gente grande que orgulho!!!! Eu quero saber novidades novas direto, estou em Pres. Prudente fazendo cursos de aperfeiçoamento em jornalismo e deixei o mochilão parado um pouco, mas vou usar meu blog de viagem e o twitter para divulgar a big aventura de você, tô muitoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo orgulhoso sério mesmo, deu até saudade de pegar sol na estrada esperando carona, não tem preço!
ResponderExcluirManda notícias e fotos para eu colocar no blog e no twitter, mas manda mesmo, depois vou fazer matéria com vocês falando da aventura e vou mandar para os jornais, sites e revistas de todo o Brasil, para registrar na história esse momento.
Muitaaaaaaaaaaaaaaa sorte, muitaaaaaaaaaa felicidade, muitooooo tudo, vocês são meus irmãos, estou curtindo essa viagem com vocês. Parabéns e um dia a gente faz uma trip juntos!
Abraço Carlitos e para meu sobrinho também hahahaha
Ai que friozinho na minha barriga....!
ResponderExcluiramo muito
Que texto lindo.... fiquei muito emocionada. Saiba que sua sobrinha ficará sempre orgulhosa de saber o que seu tio aventureiro e corajoso fez. Não sei ao certo se EU vou gostar do orgulho que ela sentirá, pois sei que no fundo isto a fará pensar em um dia fazer esta viagem, que é o sonho de muitas pessoas desencorajadas.
ResponderExcluirTe amo muito e novamente parabéns pelo texto emocionante