Bueno, começo esta postagem esclarecendo que durante toda minha viagem terei problemas de acentuaçao, afinal no espanhol só se usa til no "n".
Começando de onde parei, digo que nao conseguimos ir a Tavares na terça-feira, mas sim na quarta, de carona com Nilson, um caminhoneiro muito gente fina que depois de algumas horas de viagem nos deixou na empresa do tio da Bina, Roberto. Havíamos anteriormente falado com a tia dela, Rosane, esposa do Roberto e combinamos algumas coisas sobre nossa estadia em Tavares, entao já chegamos lá ligeiramente combinados, sendo que logo encontramos com o Roberto que nos levou a sua casa à beira da lagoa dos patos, lugar incrivelmente lindo.
Até aí estava tudo ótimo, porém, diferente do que contávamos, nao conseguimos um trabalho por alí e assim nos vemos no momento quase sem dinheiro e loucos para trabalhar. Sendo assim nao tínhamos porque continuar em Tavares, e já no dia seguinte nos dirigimos ao sul, primeiro levado por um caminhao que transporta arroz e depois, coincidentemente, pelo irmao da Rosane, Renato, que nos levou a Sao José do Norte, onde pegamos uma balsa para Rio Grande.
Alí achei um Itaú, e pude verificar que realmente estou próximo da falência. Saquei mais algum dinheiro para poder trocar quando chegássemos na fronteira e seguimos viagem, um ônibus e uma carona nos levaram ao trevo de saída da cidade em direçao a Chuí. Chegamos tarde por ali e quase perdemos as esperanças de seguir viagem quando anoiteceu, mas como nao tínhamos para onde ir, resolvemos continuar pedindo carona até mais tarde, e para nossa incrível surpresa e felicidade um caminhao parou, o nome do motorista: Alex. Cara gente fina, muito louco, nos entreteu durante toda a viagem com suas próprias histórias de viagem. Ele estava transportando bananas até Montevidéo. Chegamos em Chuí perto das 22h e fomos até um posto, local que ele nos pagou uma janta e nos indicou um local para acampar: a marquise de um supermercado desativado, e ali mesmo passamos a noite.
Dia seguinte utilizamos pra resolver algumas coisas em Chuí antes de cruzarmos para Chuy, lado uruguaio da cidade, como o Alexandre sacar dinheiro, trocar reais por pesos, arrumar minha mochila, colar as bandeirinhas nas mochilas (uma uruguaia, sem querer ou nao, colou as bandeiras do Brasil de ponta cabeça em nossas mochilas, mas só percebemos depois) e por aí a fora, mas lá pelas 16h cruzamos a aduana uruguaia e carimbamos nossos passaportes pela primeira vez.
Já oficialmente no Uruguai, só pegamos caronas em caçambas, o que nao parece ser proibido por aqui, assim como andar de moto sem capacete. A primeira nos levou, por sorte, até nosso objetivo, Parque Sante Tereza, local que conseguimos burlar o sistema e acampar de graça, com auxílio das duas mulheres que nos deram carona e de alguns militares uruguaios. O lugar é lindo e bem conservado, e pessoas vao para lá acampar durante toda a semana.
Para sair do parque sem pagar utilizamos a praia, por onde caminhamos por uns 8km até Punta del Diablo. Chegamos mortos mas mesmo assím conhecemos a cidade que é muito aconchegante e as praias que sao muito bonitas. Mesmo exaustos por caminhar durante tanto tempo com nossas pesadas mochilas, fomos procurar trabalho: achamos apenas um, porém com estadia e comida em troca do trabalho, e só para 1 de nós. Decidimos entao continuar viagem e no mesmo dia pegamos mais 4 caronas que nos levaram até Águas Dulces. Rapidamente conhecemos a cidade e com outra carona fomos até a Ruta 10, e por alí estacionamos; horas e horas pedindo carona sem sucesso. Uma senhora de uma fazenda em frente de onde estávamos nos arranjou pao, mortadela e água, e isso foi nosso jantar. Acampamos no meio do mato, entre umas árvores, na beira da estrada.
E finalmente chegamos ao dia de hoje. Logo durante a manha pegamos apenas uma carona que nos trouxe até La Paloma, uma cidade com lindas casas e de ar muito interessante. Rodamos também por aqui, tiramos algumas fotos e já estamos de partida, agora em direçao a Punta del Este, e em seguida Montevidéo. Ainda nao sabemos como faremos, estou esperando resposta de alguns contatos que fiz na capital do país para conseguir lugar para ficar gratuitamente, pois se tivérmos que ficar em um hostel gastaremos quase todo nosso dinheiro. Estamos cortando algumas cidades uruguais do roteiro e tentaremos entrar na Argentina o quanto antes, porque lá o câmbio nos favorece muito mais do que aqui. Nossa única chance de permanecer mais tempo no Uruguai é se acharmos um trabalho e um local para ficarmos em Montividéo.
Bom pessoal, agora tenho que ir porque aqui onde estou é 40 pesos a hora, ou seja, uma boa parcela de tudo o que temos!
Grande abraço a todos e espero trazer melhores horizontes na próxima postagem!
Do agora internacional,
Andejo
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