O Andejo Vadio: Entre o Céu e o Inferno
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"I always wonder why birds choose to stay in the same place when they can fly anywhere on the Earth. Then I ask myself the same question."
(Harun Yahya)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Entre o Céu e o Inferno

Talvez a frase seja um pouco exagerada, admito, entretanto representa bem o que sinto no momento, além ser uma frase de efeito do estilo que me agrada.

Nada melhor do que encontrar novos velhos amigos na estrada, e assim foi aqui em Concepción del Uruguay, cidade que apesar do nome, fica na Argentina. Cidade natal de José e Mariela, casal que eu conheci na casa de Rossana e Nacho, em El Pinar, pertinho de Montevidéo, e que me convidou para os visitar, sem acreditar, penso eu, que eu o faria tão pronto cruzasse a fronteira.

Cheguei pensando em uma visita rápida, e no começo nos tratamos cheios de dedos devido à falta de intimidade, que foi superada de maneira rápida devido à ótima presença de espírito de todos. Assim fui convidado a ficar até domingo, e assim o fiz, o que foi uma de minhas boas escolhas nessa viagem. Me diverti muito, fui apresentado a dezenas de pessoas interessantes, entre elas um tio de Mariela, o Tio Quinto, que assim é chamado por ser o quinto filho de sua família.

Senhor extremamente atencioso e interessante, com infinitas histórias sobre suas viagens a todas as partes do Brasil, país que o encanta. Como Mariela e José trabalham bastante, passei muitos momentos em companhia de Quinto, todos eles agradáveis, aproveitando a incrível sabedoria de sua avançada idade, por mais que sua boa aparência e saúde não a demonstrem com veracidade. Adora cozinhar, e o faz muito bem, o que muito me agrada, já que assim posso me sentir um pouco mais em casa.

Conheci toda a pequena cidade de Concepción, seus costumes, seus habitantes. Viajei de caminhão com José e Mari ao campo ao som de Back in Black, acompanhei a colheita de soja, aprendi a amarrar a lona de uma carroceria, tomei mate vendo no exato instante do poente sol. Fui entrevistado numa rádio, que José, jornalista, trabalha, o que foi extremamente interessante, por mais que meu espanhol ainda não seja eloquente. Fui a um aniversário, interagindo assim num momento íntimo de uma família interiorana argentina. Tive a oportunidade de divulgar sobre a música, o cinema e a literatura brasileira, assim como tive a oportunidade de adquirir conhecimento sobre os mesmos assuntos no que diz respeito aos nossos vizinhos. Esses dias inesquecíveis se resumem em uma palavras: incríveis.

Neste momento que vos escrevo, já deveria estar longe da cidade, porém algo que eu julguei extremamente catastrófico e tristonho, e em proporções menores realmente o é, aconteceu: Meu pendrive parou de funcionar, e até agora não consegui reverter o problema. A consequência: Perdi todas as fotos da viagem que eu tinha até aqui. Estou ansioso para que José chegue para tentarmos juntos fazer com que isso seja apenas um susto.

Isso me levou do céu ao inferno em segundos, justificando assim o título dessa postagem. Meu coração acelerou e meus olhos se encheram de lágrimas. Para mim é tão fácil se desapegar de tantas coisas, porém essas fotos retratavam momentos únicos. Assumo que ao iniciar esta postagem eu estava mais comovido, mas analizando tudo o que tenho vivido não posso reclamar do que perdi, sendo assim mais conveniente levantar a cabeça e buscar aquilo que saí a procura, e que não era fotos de lugares bonitos. Outra coisa que me fez colocar a mão na consciência é o caos que está vivendo o Rio de Janeiro - eu perdi umas fotos, e eles?

Peço desculpas ao Alexandre, meu ex-companheiro de viagem a quem fiquei de enviar as fotos num CD por correio. Planejava, entretanto, enviá-las a ele juntamente com uma carteirinha de visitante do fim do mundo com o seu nome, porque conhecia seu desejo de portar tal objeto, e dadas suas condições, gostaria de realizar esse seu último desejo de viajante. Mas tenha certeza que se eu puder recuperar essas fotos e as enviar, eu o farei.

Sendo assim, me encontro ainda em Concepción, ao menos por mais essa noite. Pegarei assim as fotos que os dois, José e Mari, tiraram e as colocarei no ar e amanhã irei rumo a Córdoba, tendo que bater o atual récorde e fazer 500 Km num só dia. Lá ficarei na casa de um professor de tango, que conheci também pelo Couch Surfing. De lá sigo para Santa Fé e depois pra Rosário, onde enfim cairei na estrada com o intúito de chegar em Buenos Aires, onde ficarei por alguns dias, como já disse antes.

É isso aí, desejem sorte a mim, tanto com as caronas quanto com o famigerado aparato que devorou minhas fotos, porque nos próximos momentos eu seguramente necessitarei da ajuda vindas das forças do acaso.

Agradeço sinceramente os comentários feitos, e como retribuição busco cada vez mais melhorar esse espaço de integração entre viajante, familiares, amigos e curiosos, espero que estejam gostando das mudanças.

Especiais agradecimentos a Mariela e José, além de um grande abraço a todos,

Andejo.

3 comentários:

  1. Que pena que o pen drive bichouuu....! Vamos tentar resolver isto, né? As fotos são sempre um consolo pra nos que estamos longe de você.
    um beijo grande e sorte sempre

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  2. Eu andei escrevendo umas coisas uma época e agora, pensando nas fotos, não sei dizer o que me doeria mais se eu perdesse...dá até um frio na barriga de pensar...portanto CUIDE DA SUA AGENDA!!! Se cuida tbem. Bjs&bjs da sua segunda mãe (rs). PDB

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  3. Eu tentei deixar um comentario alguns dias atraz mas o computador nao estava deixando. Que Deus continue ajudando a sua viagem. Aproveite bastante. Beijao e boa viagem!

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