Volto a escrever hoje após um longo período de inatividade para dar meu paradeiro, para contar novidades que já não são tão novas e principalmente para organizar idéias.
Estou em sampa. Cheguei a algum tempo e já estou trabalhando. Depois do velório de minha vó, resolvi dar um tempo em Curitiba e fiquei até poucos dias depois do meu aniversário que foi na curiosa data de 10/10/10. Foi um pouco decepcionante e inesperado passar essa data em Curitiba, depois de tanto indagar em que lugar do mundo estaria em tão fatídico dia, porém assumo que foi gostoso passá-lo com amigos em um churrasco na lage. Um mês. Foi o tempo que gastei na cidade. Saí com amigos, descansei, pensei e repensei. Tive reencontros e desencontros. Surpresas e decepções. Até que decidi que não mais queria ficar alí. Foi assim que vim parar aqui.
Cheguei e logo fui a caça de trabalho. Se ia esperar a formatura de meu amigo que fosse trabalhando para juntar mais alguma grana. Muitos currículos entregues, várias entrevistas e uma escolha: TNG. Entrei na loja dia 11 de novembro, após recusar algumas outras propostas que me pareceram menos interessantes e depois de muito lutar pra conseguir toda a documentação exigida. Pois bem, as coisas não foram tão bem como eu esperava. Acho, na realidade, que eu não estou com o espírito competitivo o suficiente neste momento de minha vida para trabalhar num local de vendas num período de natal. Mesmo não me importando muito com os poucos reais perdidos com atendimentos que deveriam haver sido meus, incomodava-me profundamente estar trabalhando ao lado de pessoas que buscam o sucesso a qualquer preço, mesmo passando por cima de outros. Não disposto a brigar e me desentender continuamente por este tipo de coisa, resolvi renunciar a esta boa oportunidade de fazer uma graninha extra para a viagem. Vou ter que arranjar outro jeito... veremos.
Esses últimos tempos foram uma bela prova à minha perseverança e às minhas crenças. Não houveram muitas coisas que deram certo nos últimos meses. Começando com a notícia da piora do estado de saúde de minha avó seguido de seu falecimento, que me fez voltar precocemente ao Brasil, passei por uma série de dificuldades que complicaram e muito minha volta pra estrada. Os meses trabalhados em Buenos Aires para nada serviram, visto que o dinheiro se foi nesta volta ao país tropical. A desvalorizada moeda argentina pouco dura em território brasileiro. Em Curitiba não consegui juntar nada mais (e sim gastei muito). Não dei uma aula sequer, muito por desleixo, eu assumo. Esse foi um agente complicador de minhas decisões aqui em São Paulo. Abandonar o trabalho em que estava não foi uma decisão fácil, por mais que não estivesse satisfeito com ele. Entretanto, passar por cima de meus princípios para conseguir dinheiro vai totalmente contra o que acredito e prego, total hipocrisia, ainda mais no momento que atravesso, visto que o que busco nessa viagem é também evolução pessoal, além da busca pelo desapego. Lembro-me de Mariela e José comentando que temiam que eu me afastasse de meus planos e ideais nessa volta ao Brasil, e que abandonasse essa viagem, a qual consideram fascinante. Mas fiquem tranquilos amigos argentinos: Por mais que esteja sendo difícil levar os planos adiante, a saudade pela estrada só vem aumentando a cada dia.
Voltando à vida em São Paulo, conto que tem sido bastante interessante, marcada por coincidências, boas festas e maior contato com uma família que eu nunca tinha tido a oportunidade de conhecer bem. Ouço constantemente histórias sobre meus avós, tios e pais, sobre suas infâncias, origens, travessuras e feitos, e digo que tem sido muito bacana ouvir este tipo de his(es)tórias.
Quanto as coincidências digo que algumas foram intrigantes. Tenho andando bastante por São Paulo e enfim posso dizer que conheço ao menos um pouco minha cidade natal, o que já me deixa bem feliz. Desde que cheguei aqui venho andando constantemente de ônibus para ir a todos os cantos e, felizmente, apenas duas vezes desci no ponto errado. O curioso é que devido a esses dois erros encontrei dois lugares que já havia visitado antes e que queria encontrar, mas que não fazia idéia de onde ficavam; qual a probabilidade de isso ocorrer, completamente ao acaso, em uma cidade tão grande? E acrescento que apenas encontrei os lugares depois de descer do ônibus. Divertido. Outra coincidência é ter ido trabalhar comigo nesses dias um cara que conhece duas meninas que conheci na Guarda do Embaú, praia do litoral catarinense, logo após o carnaval. Incrível como um mundo tão grande pode ser tão pequeno.
Vou aproveitar agora essa semana, livre após meu pedido de demissão, pra conhecer ainda mais a cidade e tirar algumas fotos dos interessantes locais que não faltam por aqui. Este lugar não tem comparação a nada que já vi. Infinidade de pontes, viadutos e avenidas larguíssimas com tráfego incessante. Os trêns e metrôs são limpos, espaçosos(mesmo que insuficiente nos horários de pico) e de qualidade muito superior se comparado aos poucos outros que conheço como os do Rio de Janeiro, Porto Alegre ou Buenos Aires. Bairros lindos e arborizados. Bairros feios e cinzas. Casas grudadas umas as outras com uma arquitetura desplanejada e um resultado único que nunca presenciei em outro lugar. As ruas dos bairros de periferia parecem todas iguais e é preciso estar muito atento para saber em qual ponto de ônibus descer quando se viaja a noite. Por outro lado não é difícil encontrar lindos boulevares e grandes parques em áreas de maior poderio econômico. Como eu imaginava, não é uma cidade ruim de se viver, podendo até ser excelente, tendo sua qualidade de vida intimamente ligada ao poder aquisitivo de seu morador.
Tenho aproveitado para ler muito por aqui, dado as infindáveis horas gastas no interminável trânsito da capital econômica do Brasil e estou pensando na possibilidade de abrir uma nova sessão no blog de sugestão de leituras. O que acham? Já começo indicando "As Memórias do Livro" de Geraldine Brooks, o qual mistura ficção e realidade para descrever o trajeto histórico de uma manuscrito judaico através dos séculos. Um romance de agradável leitura que trata sutilmente de temas como religião e anti-semitismo, fazendo-nos refletir sobre questões que insistem em nos acompanhar durante nossa "evolução" como espécie, parecendo não fazerem parte do amadurecimento da raça humana.
Fico na cidade até quinta, quando viajo a Pirassununga para a formatura de um amigo como piloto da força aérea, Cézar, motivo que me segurou no Brasil até o momento, e ainda não sei o que farei depois. Estudarei as possibilidades com calma essa semana para depois me decidir. Já tenho algumas coisas em mente.
Quanto ao blog, tenho deixado um pouco abandonado nos últimos tempos, mas tenham certeza que assim que eu pisar na estrada não demorarão a descobrir, e para que saibam o que atualizei sem precisar revisar todo o conteúdo, especificarei as sessões e as respectivas datas de atualização logo abaixo dos slides de fotos, na barra lateral do blog.
Volto logo para contar as novidades da formatura em Pirassununga. Se houver nessa a metade das confusões da última em Barbacena, já terei muita história pra contar!
Um grande abraço do ainda vivo,
Andejo.
Hola corazón, también se te extraña mucho acá.
ResponderExcluirMe alegro de encontrar tu espiritu intacto después de tantas dificultades.
Acá las cosas marchan, si estudio y sale todo bien me recibo de abogada el 20 de Diciembre.
Estamos metidos a fondo en el proyecto de la casa así que no sabemos cuando vamos a poder encontrarte en tu viaje, sea a Brasil o en Argentina.
Abrazo grande grande!!!
Te quiero
Weeejeee!
ResponderExcluirCarlinhos, ¿cómo va? En Argentina tenemos una tradición para los que se reciben de carreras universitarias, como el caso de Gringulis, que es tirarle huevo, harina, yerba, gaseosas y cosas al egresado... Si te pinta la idea y llegás, te reservo un balde lleno de estas porquerías para tirarle a la nueva abogada! jajaja!
Gurí, el 26 de diciembre...con las navidades apenas terminadas, nos vamos con Gringulis y José y Mario a Córdoba, a la casa de Never! Te mostramos fotos después :)
Espero verte pronto por estos lares che. Se te extraña mucho. ¡Te queremos!
(Ya nos vamos a poner las pilas para ir nosotros para allá... ganas no nos faltan. Pero ya lo dijiste mejor vos en este post: "A desvalorizada moeda argentina pouco dura em território brasileiro".
Fala meu querido!
ResponderExcluirInfelizmente, esse seu amigo de infância aqui é muito desorganizado e acabamos não nos encontrando nesta sua curta passagem.
Peço desculpas e torço muito para que nos encontremos em uma destas coincidências como as que vc citou no último texto! Caio na estrada pela América do Sul em 24/12 e volto para Curitiba em 18/01. Férias "longas", mas é um tempo curto no qual pretendo visitar de Montevideo ao deserto do Atacama, passando por Buenos Aires, Santiago e mais várias cidades nesse meio do caminho.
Sempre leio aqui, então continue atualizando!
Um grande abraço!
Caraca!! Quem é vivo sempre aparece!! Grande André! Mas olha só! acho que vou ter uma passagem rápida por Curitiba na próxima semana! Quem sabe não combinamos um bar do Alemão?? Se não, boa sorte na tua viagem!!!
ResponderExcluirY a ustedes amigos de Concepción: Gringulis, no importa donde vamos a nos encontrar, sea en Brasil o en Patagonia va a ser boníssimo viajar un rato con ustedes!! Tomem tu tiempo!
Chuli, no reservés ningun balde para mi, y si tiratelo en Mariela en mi nombre!!! Jaja La verdad es que estaria fantastico recibir a vos, Mario y Mono y todos los que quieran venir a Brasil con Mari y José!
Los quiero a todos y extraño a ustedes y a esta chica ciudad!
Uau... quanta coisa! É, realmente é preciso ter perseverança, mesmo quando as situações cotidianas nos forçam a desistir das coisas. E francamente, trabalhar em lojas de Shopping é pior do que fazer safari a pé com leões famintos. Nessas horas eu vejo que o ser humano (ou alguns deles) são realmente desprezíveis, passam por cima mesmo.
ResponderExcluirSinto muito pela sua avó.
Bem, continue viajando pelo mundo e nos comunicando sobre os seus feitos aqui no blog.
Abraço.
Querido Primo, Fazia um tempão que não entrava no seu blog para ler suas aventuras, mas tudo bem, fazia um tempinho que c não escrevia, né? heheh Adicionei no meu, agora prometo ler sempre, portanto vai atualizando ai!!bjo gde saudades Thais
ResponderExcluirporra velho, fechadíssimo!
ResponderExcluirQuando souber, avisa certinho quando vc chega!
É só deixar por aqui, sempre passo para dar uma lida!
Abraaaaços!
Que aventura linda, aqui estamos, estacionados, temos forró, salsa e samba, saudades e o borbulinho constante do conhecido. Daqui vemos o diferente que vc está vivendo, nos contando. abraços. Milton Luiz
ResponderExcluir